Se o termo “empilhamento de peptídeos” te faz pensar em alguma combinação maluca de remédio para o estômago e sabão em pó, saiba que você não está sozinho.
Mas a nova tendência que tomou conta do TikTok não tem nada a ver com indigestão e tudo a ver com performance física. O chamado “peptide stacking” virou febre entre os criadores de conteúdo fitness e promete acelerar a queima de gordura, o ganho de massa muscular, a recuperação pós-treino e até a disposição para os treinos.
Na prática, a técnica consiste em combinar diferentes tipos de peptídeos (cadeias de aminoácidos, os blocos de construção das proteínas) para potencializar seus efeitos.
Em vez de apostar em um suplemento só, usuários estão misturando comprimidos, pós e até injeções para alcançar resultados mais rápidos e intensos.
Um exemplo é o vídeo da TikToker e enfermeira Kristina Stout, que mostrou sua rotina de empilhamento e acumulou mais de 20 mil salvamentos. E ela está longe de ser a única: o #peptidestack já soma milhares de visualizações e adesões.
Mas será que essa moda funciona mesmo e, mais importante, é segura?
Segundo a nutricionista esportiva Roxana Ehsani, o interesse por estratégias de otimização da saúde está crescendo, especialmente quando se fala em melhorar performance e acelerar resultados.
A médica Pooja Gidwani, especialista em longevidade e desempenho, reforça: “Saímos do tratamento reativo para o preventivo e agora estamos na fase do cuidado assertivo. Otimização e regeneração são os novos objetivos e os peptídeos se encaixam perfeitamente nesse cenário.”
O que é, afinal, empilhamento de peptídeos?
Peptídeos são pequenas cadeias de aminoácidos que o corpo utiliza para funções básicas como digestão, produção de energia, regeneração celular e crescimento muscular.
Existem 20 aminoácidos, alguns obtidos pela alimentação e outros produzidos naturalmente. Suplementos com essas substâncias vêm ganhando força, principalmente por prometerem efeitos rápidos e específicos, dependendo da combinação utilizada.
No TikTok, três pilhas de peptídeos vêm se destacando:
- “Mistura para queimar gordura” (AOD9604, Tesamorelin e MOTS-c): geralmente em comprimidos ou injeções, essa combinação visa reduzir gordura visceral, estimular o crescimento muscular e dar mais energia.
- KLOW Stack (GHK-Cu): um combo injetável à base de peptídeo de cobre que promete reduzir inflamações, aliviar dores nas articulações, acelerar a recuperação muscular e até ajudar no trato gastrointestinal.
- Wolverine Stack (BPC-157 e TB-500): apelidado de “combo do Wolverine”, essa dupla é famosa entre os fãs de performance por ajudar na regeneração de músculos e tendões, diminuir inflamações e melhorar o bem-estar geral.
Vale a pena?
Ainda que os relatos nas redes sociais sejam empolgantes, especialistas alertam: faltam estudos robustos sobre a eficácia e segurança do empilhamento de peptídeos. Além disso, o uso de injeções e combinações sem orientação médica pode trazer riscos.
O empilhamento de peptídeos pode até parecer uma solução mágica para quem busca performance e resultados rápidos. Mas como em toda nova moda fitness, a recomendação é simples: pesquise, questione e consulte um profissional de saúde antes de embarcar na tendência.
Quer continuar por dentro do que realmente está acontecendo no wellness?
A newsletter da FitFeed entrega, toda semana, um radar com os movimentos mais importantes do setor.
Se inscreva em 👉 https://fitfeed-newsletter.beehiiv.com/