arrow-left-square Created with Sketch Beta.

Por Que As Universidades Estão olhando Para Wellness?

Esqueça as bibliotecas silenciosas e os laboratórios antigos. Universidades nos EUA estão investindo pesado para se transformarem em verdadeiros hubs de bem-estar, com centros multimilionários que integram saúde, tecnologia e espaços de convivência. É a resposta direta a uma Geração Z que não negocia sua saúde mental e exige um ambiente de suporte holístico para além da sala de aula.

Campus 2.0: mais spa do que biblioteca?

A tendência é clara e os números impressionam. Uma pesquisa da Inside Higher Ed revelou que 70% dos reitores investiram em instalações de bem-estar no último ano. A University of Pittsburgh, por exemplo, está erguendo um centro de nove andares com piscinas e áreas de escalada, enquanto a University of Texas fechou parceria com a Peloton para oferecer estações de treino conectadas e gratuitas. Outras, como a Moravian University e a University of San Diego, inauguraram hubs que combinam serviços médicos, aconselhamento, telemedicina e até espaços para meditação. O objetivo é o mesmo: criar um ecossistema que apoie o estudante de forma integral, da saúde física à mental.

A Gen Z na mira: o campus virou vitrine de marcas

Onde há uma demanda quente, há uma oportunidade de negócio. Grandes marcas de wellness já perceberam que o campus universitário é o novo “ponto de venda”. Empresas como Nature’s Truth e Natural Vitality estão literalmente indo até os estudantes com turnês que oferecem suplementos para sono e estresse. A Peloton, por sua vez, usa as parcerias para consolidar sua operação, gerando experimentação e fidelizando um público que, segundo a McKinsey, está cada vez mais focado em saúde. Com o mercado global de bem-estar ultrapassando os US$ 500 bilhões, capturar a atenção da Gen Z cedo se tornou uma estratégia de ouro.

O lado B do bem-estar: elitismo e a pressão pela perfeição

Mas essa corrida pelo bem-estar tem seu preço. A crítica aponta para a “comoditização” da saúde, que pode criar barreiras para estudantes de baixa renda e reforçar desigualdades. O foco excessivo em autoaperfeiçoamento também pode marginalizar pessoas com doenças crônicas e gerar uma nova forma de ansiedade: a fadiga de bem-estar, causada pela pressão constante para seguir tendências. Em resposta, já surgem movimentos como o “analog wellness” (com retiros de silêncio e journaling) e a desintoxicação digital, que buscam um equilíbrio mais genuíno e menos performático.

O investimento em bem-estar está redefinindo o que significa ser uma universidade no século 21. Mais do que formar profissionais, as instituições agora competem para oferecer um ambiente que promova equilíbrio e pertencimento. O desafio, tanto para as universidades quanto para as marcas, é garantir que essa revolução seja acessível e autêntica, evitando o “wellbeing washing” e construindo um futuro onde a saúde mental não seja um produto de luxo, mas um pilar fundamental da educação.

Quer continuar por dentro do que realmente está acontecendo no wellness?

A newsletter da FitFeed entrega, toda semana, um radar com os movimentos mais importantes do setor.

Se inscreva em 👉 https://fitfeed-newsletter.beehiiv.com/