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Treino online, risco real: os perigos legais que o mercado de wellness ignorou

A migração do universo fitness para o digital, acelerada pela pandemia, trouxe muito mais do que conveniência. Para academias, profissionais e apps de bem-estar, a nova realidade abriu uma caixa de pandora de desafios jurídicos, envolvendo responsabilidade por lesões, propriedade intelectual e, principalmente, a privacidade dos nossos dados.

E se o aluno se machucar em casa?

O primeiro sinal de alerta está na responsabilidade civil. Se antes os termos de adesão presenciais eram padrão, o ambiente online exige uma atualização. Para se proteger, as empresas precisam de waivers claros, que expliquem os riscos inerentes aos exercícios e recomendem consulta médica. Mas atenção: esses documentos não são um passe livre e geralmente não protegem contra negligência grave ou atos imprudentes.

Sua playlist pode te levar ao tribunal?

A propriedade intelectual é outro campo minado. O caso da Peloton, processada por usar músicas sem o devido licenciamento, acendeu o farol amarelo para o setor. Não basta criar um treino incrível; é preciso garantir os direitos sobre a trilha sonora, a coreografia e até mesmo as gravações das aulas, utilizando contratos que assegurem a titularidade do conteúdo para a empresa. Proteger a marca, os vídeos e o software é a base para escalar no mercado digital.

Seus dados de saúde valem ouro para hackers

Com a explosão de wearables e apps, estamos gerando um volume gigantesco de dados de saúde sensíveis. O problema? Muitas dessas tecnologias não são cobertas por leis rigorosas como a HIPAA nos EUA, deixando os usuários vulneráveis. A conformidade com a GDPR europeia e a CCPA californiana é o mínimo. O aumento de ataques cibernéticos a esses dados, que cresceram exponencialmente desde 2009, mostra que a proteção da privacidade não é mais um diferencial, mas uma necessidade para manter a confiança do consumidor.

Para os executivos e empreendedores do setor, a lição é clara: a estratégia jurídica precisa andar de mãos dadas com o plano de negócios. Proteger a propriedade intelectual e os dados dos usuários não é apenas uma defesa contra processos, mas um ativo essencial para construir uma marca sólida e garantir o sucesso a longo prazo no competitivo mercado de wellness.

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