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Ozempic: além do peso, menos álcool?

Um estudo bombástico da Virginia Tech, publicado na Scientific Reports, acaba de colocar os holofotes em um novo superpoder dos agonistas de GLP-1, como Ozempic, Wegovy e Mounjaro: a capacidade de modular o consumo de álcool.

A notícia é quentíssima: esses remédios, já famosos pela perda de peso e controle do diabetes, podem estar redefinindo nossa relação com a bebida, tornando-a menos prazerosa e até diminuindo a vontade de beber.

Como Seu Corpo Reage a Essa Novidade?

O segredo está no retardamento do esvaziamento gástrico. Basicamente, os GLP-1s (como a tirzepatida ou semaglutida) fazem com que o álcool seja absorvido mais lentamente pelo sangue. Isso significa um pico alcoólico menor e uma sensação reduzida de embriaguez logo na primeira hora após o consumo.

O estudo, que envolveu 20 adultos com obesidade monitorados de perto, mostrou que os usuários desses medicamentos sentiam-se menos bêbados. Além do impacto no estômago, esses agonistas também atuam em receptores cerebrais, especialmente no núcleo accumbens, alterando o metabolismo da dopamina e as vias de recompensa, o que diminui o desejo e o prazer associado à bebida.

De Efeito Colateral a Oportunidade Terapêutica?

Essa descoberta vai além de um simples “efeito inesperado”. A pesquisa sugere que medicamentos como Wegovy e Mounjaro podem se tornar uma ferramenta terapêutica para combater o consumo abusivo de álcool, oferecendo uma nova estratégia para quem luta contra o alcoolismo.

Diferente dos tratamentos tradicionais que agem diretamente no sistema nervoso, essa abordagem atua na moderação da ingestão ao reduzir a sensação de embriaguez e os impulsos para beber mais. Estudos observacionais e ensaios clínicos em humanos já indicam uma redução significativa no consumo e nos desejos, com um estudo do mundo real associando a semaglutida a uma diminuição de 50-56% no risco de transtorno por uso de álcool.

E no Dia a Dia: O Que Significa Para Você e Para o Mercado?

Para quem já usa esses medicamentos para obesidade ou diabetes, a notícia é um alerta: pode haver uma mudança no desejo por bebidas alcoólicas, incentivando a moderação. É essencial conversar com seu médico para monitorar esses efeitos inesperados.

Do ponto de vista de negócios, essa integração de tratamentos para obesidade e saúde mental abre um leque de oportunidades. Empresas e instituições de pesquisa podem unir forças para desenvolver novos produtos combinados, focando em tratamentos preventivos e na gestão de dependências. Embora o estudo inicial seja pequeno e precise de ensaios maiores para conclusões definitivas, o potencial é imenso.

O Futuro da Saúde Integrada

Os agonistas de GLP-1 estão provando ser muito mais do que aliados na balança e no controle glicêmico. Ao impactar nosso comportamento em relação ao álcool, eles abrem uma nova fronteira para a saúde integrada e o bem-estar. Estamos diante de uma era onde a medicina avança para oferecer não só tratamentos, mas também ferramentas que nos ajudam a fazer escolhas mais conscientes, promovendo um estilo de vida mais saudável e equilibrado. Fique de olho, essa é uma tendência que promete transformar o cenário da saúde.

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