Olha, sendo bem direta: sim, o wellness realmente virou um novo símbolo de status. Mas não é tão simples quanto parece.
A gente vive num momento meio paradoxal. Por um lado, você vê aquele story da influencer no retiro básico em Maldivas, a mensalidade milionária da academia boutique, por outro lado, tem gente correndo na rua de casa às 6h da manhã com um tênis velho e fazendo treino em casa com vídeo do YouTube. Então quem tá certo nessa história? Os dois? Ou nenhum dos dois?
O que aconteceu foi que o wellness se dividiu em camadas. Tem a camada do Instagram, cheia de glamour e estética, como se cada ação tivesse curadoria visual. E tem a camada mais real, onde as pessoas estão genuinamente tentando não surtar no meio do caos da vida adulta.
Mas por que os jovens estão gastando mais com wellness do que com balada?
Essa é a pergunta DA VEZ!. E, para mim, Renata, a resposta é meio óbvia quando você para pra pensar: a nossa geração cansou de acordar com ressaca, e não tô falando só da ressaca física não, mas daquela sensação de vazio depois de gastar energia (e bastante dinheiro rs) com coisas que não deixam nada.
Sabe aquela frase clichê “experiências valem mais que coisas”? Pois é, ela teve um “rebranding”. Antes eram experiências que destroem e agora são as que constroem coisas.
E cá entre nós: nesse mundo onde todo mundo tá ansioso, sem foco e sem saber quem é quem de verdade, investir em si mesmo virou a moeda mais valiosa de todas, porque no fim, o que nós (me incluo nisso) queremos não é felicidade momentânea — e sim, propósito.
Tá, mas e o lado problemático disso tudo?
Aqui a conversa complica… Porque quando o bem-estar vira símbolo de status, ele também vira excludente. E aí a gente precisa questionar: quem pode pagar pra “se cuidar”?
O wellness “de Instagram” virou privilégio, e isso cria um discurso perigoso: Só se cuida bem quem tem dinheiro e que se você não tem acesso a essas coisas, você tá “deixando de se priorizar”. E NÃO É POR AÍ….
O autocuidado não precisa de filtro e nem de um tênis de 2.000 reais. Ele pode ser uma caminhada sem fone, um journaling no caderno barato, uma rotina de sono decente, uma conversa com um amigo…
No fim das contas...
O wellness virou luxo? Virou. Mas ele ainda pode ser democrático se a gente lembrar que cuidar de si é, antes de tudo, sobre escolhas diárias, pequenas e despretensiosas.
A galera jovem tá investindo mais em wellness porque percebeu que a balada não cura ansiedade, não dá felicidade e não constrói nada de duradouro. E nesse mundo caótico, eles querem pertencer a algo que faça mais sentido.
O luxo de verdade não é o retiro em Maldivas. É ter clareza mental pra saber quem você é. E isso, definitivamente, não tem preço.
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