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O wellness é o novo sustentável?

Depois de anos ouvindo sobre sustentabilidade, o mundo encontrou um novo rótulo para parecer consciente: o bem-estar.

Mas, mais do que uma tendência, o wellness está amadurecendo, saindo da estética e voltando para a essência. Sim, o wellness é o novo sustentável, mas não no sentido raso do marketing. Assim como, a sustentabilidade precisou evoluir do discurso para a prática do dia a dia, o bem-estar vive agora o mesmo desafio: amadurecer e se tornar realmente parte da rotina.

O ponto é o mesmo, fazer com que o bem-estar vá além do discurso e se torne prática real. Nos anos 2000, toda marca queria ser sustentável. Ser “eco” era sinônimo de consciência… até que o verde virou também embalagem. Agora, tempos depois, o mesmo está acontecendo com o wellness.

Saímos do “carbono zero” e entramos no “self-care”. Tudo é clean, mindful, natural. Mas será que estamos realmente vivendo mais bem-estar… ou apenas vivendo a pressão de estar sempre bem?

Entre painéis sobre social wellness e saúde mental, essa discussão ficou evidente. E uma frase me marcou profundamente: “Quantos estão usando o wellness como artifício de comunicação para fazer as pessoas consumirem ainda mais um bem-estar produtizado?”

Essa pergunta é necessária, porque o wellness, hoje, é tanto um movimento orgânico quanto um mercado em expansão. E isso não é ruim. O mercado do bem-estar está crescendo, e isso é ótimo.

Quando uma marca fala de saúde mental, cria produtos com propósito ou incentiva práticas conscientes, ela está ajudando a levar o wellness para mais pessoas. O desafio está em como isso é feito. Quando o produto vira extensão de um estilo de vida coerente, ele deixa de ser artifício e passa a ser ferramenta.

O que transforma não é o colágeno, o tapete ou o aplicativo em si, mas o convite que eles representam: o de cuidar de si, de estar presente, de criar rituais que façam sentido com a rotina e o estilo de vida de cada pessoa.

O problema aparece quando o bem-estar é vendido sem reflexão, quando o discurso de leveza vem disfarçado de pressão. Mas quando existe coerência entre o que se comunica e o que se vive, o consumo deixa de ser superficial e passa a ser uma ponte.

O wellness amadurece justamente aí: quando o mercado e as pessoas entendem que não é sobre vender o ideal de estar bem (muitas vezes até inalcançável, principalmente quando se usa a rede social como referência), e sim facilitar o caminho para que mais pessoas consigam se sentir bem de verdade.

O bem-estar vende, e isso é fato. E ótimo rs.

Ele está nas garrafas de matcha, nas roupas esportivas minimalistas, nos shots de colágeno, nos aplicativos de respiração e até nas planilhas de sono. Vale lembrar que, no meio de tantos estímulos e marcas “wellness”, não podemos nos perder da essência: o sentir. Assim como o “sustentável” precisou amadurecer, sair do marketing e virar prática de rotina, o wellness também precisa dessa evolução. Porque o bem-estar não se compra, se constrói. E, embora o caminho às vezes sejal longo, os produtos e ferramentas podem sim facilitar e encurtar essa jornada.

O problema é quando passamos a acreditar que o produto substitui o essencial: quando o suplemento toma o lugar do descanso e o relógio, o da percepção do próprio corpo. O wellness não é uma fórmula única que funciona para todos. Ele acontece no tão esperado descanso, no corpo em movimento e nas
conversas reais (longe das telas).

O futuro do bem-estar, o real bem-estar, vai pertencer a quem souber equilibrar tecnologia e presença, ciência e sensibilidade. E talvez o maior amadurecimento do wellness esteja justamente nisso: em voltar
para o que é humano, simples e essencial.

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