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Automedicação: O hábito brasileiro que está lotando hospitais

Aquele analgésico para a dor de cabeça ou o remédio para dormir sem receita parecem inofensivos, mas a cultura da automedicação no Brasil se transformou em uma crise silenciosa de saúde pública.

Dados do Conselho Federal de Farmácia revelam um número chocante: 77% dos brasileiros usaram medicamentos por conta própria nos últimos seis meses, um hábito que está levando a consequências graves, incluindo milhares de internações e mortes evitáveis.

Por que a sua ‘farmacinha’ virou uma armadilha?

A causa principal do problema é o uso inadequado e sem orientação de medicamentos comuns. Analgésicos, antidepressivos e outros depressores do sistema nervoso central, quando consumidos sem prescrição, sobrecarregam o fígado e os rins. O perigo aumenta quando vários remédios são usados ao mesmo tempo, pois eles competem no organismo e podem potencializar sua toxicidade, levando a um acúmulo perigoso que o corpo não consegue eliminar.

Os números não mentem: o tamanho do estrago

As estatísticas são um soco no estômago. Entre 2009 e 2018, o Brasil registrou mais de 85 mil internações por intoxicação medicamentosa, resultando em 2.644 óbitos. Os sintomas variam de náuseas e tonturas até a falência de órgãos, com crianças e idosos sendo os grupos mais vulneráveis. O mais grave é que a grande maioria desses incidentes poderia ser evitada com informação e acompanhamento profissional.

A tecnologia pode ser o antídoto?

A boa notícia é que a inovação está entrando em campo. O setor de health tech enxerga uma oportunidade em criar soluções para um uso mais seguro de medicamentos. Aplicativos de gerenciamento, que enviam lembretes e rastreiam o uso, junto a campanhas educativas, surgem como ferramentas poderosas para combater a desinformação. Parcerias estratégicas entre startups e organizações de saúde prometem fortalecer essa frente, transformando a prevenção em um esforço coletivo e mais eficaz.

A mensagem é clara: a conveniência não pode superar a segurança. A conscientização sobre os riscos da automedicação é o primeiro passo para reverter esse cenário, mostrando que o verdadeiro bem-estar vem do cuidado informado e responsável.

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