O happy hour mudou. Gigantes como Ambev e Diageo estão correndo para se adaptar a uma nova realidade: o consumidor brasileiro, especialmente o mais jovem, está deixando o álcool de lado. É uma revolução silenciosa que une bem-estar e estratégia de mercado, transformando a busca por um lifestyle mais saudável em uma oportunidade de ouro.
Por que a Geração Z trocou o drink pela saúde?
Os números não mentem. Uma pesquisa projeta que, em 2025, 64% dos adultos brasileiros não consumirão bebidas alcoólicas, um salto considerável em relação aos 55% de 2023. O protagonismo dessa mudança é da Geração Z: na faixa de 18 a 24 anos, a abstenção saltou de 46% para 64% em apenas dois anos. A motivação vai além da ressaca: é sobre priorizar a saúde mental, manter o autocontrole e evitar a ansiedade, temas que viralizam em plataformas como o TikTok e Instagram, onde a sobriedade ganha status de tendência.
O mercado pivotou, e foi rápido
Atentas ao movimento, as grandes empresas não perderam tempo. A Ambev viu as vendas de suas cervejas sem álcool crescerem 15% em volume e inovou ao lançar a Corona Cero, enriquecida com vitamina D. A Diageo, por sua vez, adquiriu a marca Ritual Zero Proof e lançou o Tanqueray 0.0%, mirando no consumidor que busca uma experiência premium, sem os efeitos do álcool. A aposta é alta: o segmento de produtos sem álcool deve crescer cinco vezes mais rápido que o tradicional até 2028.
Do bar à prateleira, a transformação é total
A mudança não se restringe às gôndolas. Bares como o Caledonia já adaptaram seus cardápios com drinks não alcoólicos sofisticados, usando técnicas como infusão de especiarias. Ao mesmo tempo, surge a tendência de “premiumização”, onde quem ainda bebe opta por produtos de maior qualidade, como uísques single malt. Práticas de moderação, como a “zebra stripe” — alternar bebidas alcoólicas e não alcoólicas — também ganham força, refletindo um desejo por mais equilíbrio.
No fim das contas, a queda no consumo de álcool é mais do que uma estatística; é um sintoma de uma transformação cultural profunda. Marcas que souberem surfar essa onda, integrando bem-estar, inovação e um lifestyle consciente, não apenas sobreviverão, mas liderarão o futuro do mercado de bebidas.
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