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Clean Living: um estilo de vida “Essencialista”

Antes de começar a escrever sobre o assunto, eu te pergunto: você, nesses últimos tempos, vem questionando sua relação com a alimentação? Com seu trabalho? Com o álcool? Com seu modo de viver?

Quando foi a última vez que você leu um texto como esse daqui por inteiro? Sem se dispersar ou entrar nas redes sociais imediatamente?

Bem-vindos ao movimento clean living. Esse que renasce a cada 8 décadas.

O termo “Movimento por uma Vida Saudável” foi desenvolvido por Ruth C. Engs, professora de Ciências da Saúde Aplicadas na Universidade de Indiana, em 1990. O movimento foi criado no final do século XX como tentativa de conscientização da população para uma reforma da saúde.

Ele nasce em meio a coalizões antitabaco e antiálcool e também dentro de movimentos de “purificação”, que podem incluir temperança (antiálcool), pureza social (sexualidade), dieta, exercícios físicos, saúde pública e campanhas antidrogas — um ciclo clássico de reforma social.

Normalmente, esses movimentos são cíclicos, estão muito presentes nos EUA, no Reino Unido e na Europa Ocidental e são acompanhados de despertares religiosos. Mas afinal: o que seria clean living, viver limpo?
Viver limpo é viver com menos e apreciar mais.

Tempo é o novo luxo, não é mesmo?

Clean living é viver por inteiro. É desfrutar da vivência humana, algo que a tecnologia e AIs vêm tirando pouco a pouco da gente. Isso, na prática, envolve alimentação limpa (menos ultraprocessados), produtos mais sustentáveis, valorização do movimento, contemplação da natureza, respiro e pausa — mas vai para muito além disso, entende?

A ideia não é seguir um protocolo, e sim um olhar mais íntimo pra dentro. É sim um lifestyle da “essencialidade”, mas também que reforça a leveza, detox de excessos, clareza, saúde, propósito sem romantizações.

E onde a vivência humana entra nessa história?

Vivência humana é aquilo que atravessa a experiência do ser humano. Envolve corpo (sensações), mente (pensamentos, emoções, traumas), espírito (sentido, propósito), ambiente (pessoas, cultura), história pessoal (o que te formou, te quebrou, te curou). É experiência + consciência.

Clean living funciona como um filtro que tira o barulho da modernidade e devolve essa experiência humana. Pensa que, não muito tempo atrás, as crianças ainda brincavam na rua, ou até faziam seus próprios brinquedos. Ou melhor: eu, como estudante de Direito, te digo que o advogado precisava abrir a Constituição Federal e decorar uma série de artigos pra fazer a prova.

Hoje, a nossa memória não está mais na gente; está armazenada em computadores e chatbot. Isso é o que eu chamo de uma experiência humana escassa. Será que é possível ser feliz assim? – De fato? não consigo te dar essa resposta.

Viver limpo não precisa ser necessariamente uma regra, mas uma possibilidade de questionar e resgatar a paz em meio ao mundo ensurdecedor e cheio de ruídos.

  1. Regula estímulos (menos dopamina barata);
  2. Aumenta consciência (você enxerga melhor como vive, come, pensa);
  3. Promove autocuidado para além do estético (preserva a energia);
  4. Conecta com a vida essencial (menos excesso, mais sentido);
  5. Permite sentir o corpo como parte da experiência humana.

O que o livro Essencialismo tem a ver com isso?

O livro “O Essencialismo — A disciplinada busca por menos”, do autor Greg McKeown, traz uma perspectiva sobre clean living. Ele critica o excesso de informação, a produtividade acelerada e reforça a importância da prioridade, clareza mental, discernimento e foco.

Para isso, o autor enfatiza como pequenas rotinas levam ao extraordinário, valorizando o sono, pausas, foco e limites.

Qualidade > quantidade

O tempo e a energia, na sua visão, são recursos finitos e devem ser bem utilizados. “Se você não priorizar sua vida, alguém fará isso por você.”

O que o futuro nos resguarda?

Um movimento como este interfere na economia, no comportamento, na forma como consumimos, no modo como produzimos e até na maneira como existimos. Clean living não veio para criar protocolos intactos, mas para impulsionar o autoquestionamento e demonstrar novas formas de viver com menos excesso e mais qualidade.

Termos correlatos como clean label, economia de pausa, também vêm ganhando força como um reflexo dessa nova dinâmica. Por fim, a ideia desse texto não é impor um estilo de vida, mas estimulá-lo a repensar como
você tem vivenciado o que tem de mais humano dentro e fora de você?

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