Esquece o combo luz branca, piso emborrachado e fila na esteira. A nova safra de academias brasileiras quer transformar o treino em experiência e experiência em estilo de vida.
Inspiradas em hotéis boutique e clubes de wellness internacionais, essas academias evoluíram do básico (equipamentos bons e professores capacitados) para um pacote completo que inclui spa, gastronomia e até networking pós-treino.
Onde isso está rolando?
Em São Paulo, a recém-chegada SIX Sport Life, no Itaim, chega com a proposta de ser mais que uma academia. A mensalidade de R$ 3.500 inclui serviços como manicure, cabeleireiro, brinquedoteca e até alguém passando sua roupa enquanto você malha. No menu de atividades, beach tennis e sauna para fechar o combo. Tudo com arquitetura minimalista e vibe de hotel de praia (carpete claro, pedra, madeira e muito paisagismo).
No Rio, a recém-inaugurada The Simple Gym, em Botafogo, virou hotspot não só pela grade de aulas, mas pela estética clean, luz natural e arquitetura minimalista. A academia já virou cenário de reels, e quem frequenta encontra até tripés disponíveis para gravar o treino.
“Malhar num lugar bonito faz toda a diferença, dá vontade de estar lá. E, claro, é ótimo para socializar e paquerar também”, brinca a modelo Laura Fernandez, uma das habitués da casa.
Em BH, a The Beat Club, prevista para outubro, traz a mesma pegada: espaço de 1.000 m², capacidade máxima para 650 alunos e serviços que vão de massagens e lavanderia a endocrinologista e fisioterapeuta no local. E vai além: propõe criar uma comunidade, com jantares harmonizados e viagens de cicloturismo guiadas pelos próprios professores. Por lá, o plano anual começa em R$ 2.100.
O wellness subiu de faixa de preço e de propósito.
No Brasil e no mundo, o consumidor wellness quer mais do que resultado físico: busca experiência, status e um ambiente onde saúde física, mental e social se conectem. Segundo a McKinsey, 60% dos americanos já consideram as academias parte indispensável da rotina, e aulas presenciais e personal training seguem como as áreas onde o público está disposto a gastar mais.
Personalização é o novo luxo.
Na Les Cinq, uma das academias-boutique pioneiras no Brasil, o aluno frequenta em média cinco vezes por semana (alguns vão sete). Por lá, a tecnologia virou diferencial: aparelhos Technogym da linha Artist, check-up completo via inteligência artificial e até pulseira que monitora a qualidade do sono para ajustar o treino. A lógica? Oferecer um plano que vai muito além do físico.
E lá fora? O jogo também mudou.
Nos EUA, nomes como Equinox e Continuum Club estão ditando o futuro do fitness premium. No Equinox, o pacote anual EQX Optimize sai por US$ 40 mil e inclui exames, consultoria nutricional, coach de sono e acesso a gadgets como o Oura Ring. Já o Continuum Club, aberto em Nova York em 2024, oferece flutuação, câmara hiperbárica, soroterapia e recovery completo por até US$ 10 mil mensais. Ambos têm lista de espera.
A tendência aponta para espaços cada vez mais híbridos: parte academia, parte spa, parte clube social. A experiência deixa de ser só física e passa a ser emocional e social. E nesse novo wellness economy, quem entrega ambiente, cuidado e comunidade cria uma vantagem difícil de copiar.
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