Os esportes femininos estão vivendo um momento que não dá mais pra chamar de tendência. É expansão real, consistente e com números que mostram o tamanho da virada. Um estudo da Deloitte aponta que o setor deve ultrapassar R$ 13,3 bilhões em receitas em 2025, impulsionado principalmente pelo futebol e pelo basquete.
É a prova de que a combinação entre audiência crescente, investimento estruturado e atletas que viraram protagonistas criou um ciclo difícil de segurar.
Em 2024, o Time Brasil teve sua melhor campanha olímpica da história: 20 medalhas, com todos os ouros vindo de mulheres. No surfe, Tatiana Weston-Webb brilhou com a prata, acompanhada de Luana Silva e Tainá Hinckel nos Jogos de Paris. Para Ivan Martinho, presidente da WSL na América Latina, esse avanço nasce de um encontro simples: mais conteúdo disponível e uma geração de atletas que inspira dentro e fora das competições.
Esse movimento é global. Nos Jogos de Tóquio, os EUA levaram 126 medalhas sendo 66 femininas, um retrato claro de que a balança está mudando.
E o mercado entendeu. Segundo a Women’s Sport Trust,
- 80% das marcas pretendem investir em esportes femininos nos próximos três anos;
- 85% dos patrocinadores atuais querem continuar.
No Brasil, o futebol feminino virou ativo
Por aqui, o futebol feminino cresceu em estrutura, audiência e, principalmente, em percepção de valor.
A gerente do departamento feminino do Internacional, Luiza Parreiras, resume bem: o esporte hoje é “uma oportunidade real de crescimento e inovação”.
O Corinthians confirma com números: foram R$ 3 milhões de bilheteria na temporada — reflexo direto de torcida engajada e investimento consistente.
As marcas também já estão nesse jogo. A Start Bet, patrocinadora do Brasileirão Feminino 2025, enxerga a modalidade como parte fundamental da estratégia da empresa. “A visibilidade está crescendo e o momento é de expansão”, afirma o CMO Diego Bittencourt.
Na TV, o impacto também ficou claro. O Brasileirão Feminino 2024 teve aumento de 41% nas transmissões, alcançando 56,5 milhões de pessoas somando Globo e SporTV. Para Renê Salviano, CEO da Heatmap, o futebol feminino “deixou de ser custo e virou ativo estratégico”.
Base forte, tecnologia e novos caminhos
O crescimento não acontece só nas grandes arenas. Ele vem da base: projetos de formação, iniciativas que unem esporte e educação, e programas que garantem visibilidade.
“Cada torneio e cada atleta que aparece reforçam que o futebol feminino não precisa provar mais nada — precisa de continuidade”, afirma Camila Estefano, gerente do Projeto Estrelas.
A tecnologia também entrou de vez no jogo. O app alemão CUJU, que usa IA para mapear talentos, quer ampliar o acesso. “O futuro do esporte feminino passa por oportunidade. Queremos garantir que qualquer jogadora possa ser vista”, diz Sven Muller, CMO do aplicativo.
A Brasil Ladies Cup é outro exemplo desse amadurecimento. Para Fábio Wolff, do comitê organizador, “há um ecossistema sólido se formando, com público engajado e marcas que sabem o valor desse investimento”.
Até o mercado de apostas esportivas sentiu o efeito. Um estudo do Grupo Globo com a Offerwise mostrou que o futebol feminino já é a segunda modalidade mais apostada do país, com 31%, atrás apenas do masculino.
Em resumo
O esporte feminino cresceu, se estruturou e se profissionalizou. Não é mais promessa, é realidade. E pela primeira vez, o mercado, as atletas, a audiência e as marcas estão olhando para a mesma direção.
A era do protagonismo feminino não está chegando. Ela já chegou!
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