O simples hábito de usar fio dental regularmente pode trazer impactos significativos para a saúde, inclusive na prevenção de doenças graves como o Acidente Vascular Cerebral (AVC). É o que aponta um estudo apresentado em 2025 na International Stroke Conference, promovida pela American Stroke Association em Los Angeles (EUA).
Conduzida pelo Dr. Souvik Sen, da Universidade da Carolina do Sul, a pesquisa acompanhou mais de 6 mil pessoas ao longo de 25 anos. Os resultados revelaram que quem usava fio dental ao menos uma vez por semana tinha:
- 22% menos risco de AVC isquêmico,
- 44% menos risco de AVC cardioembólico,
- 12% menos risco de fibrilação atrial (uma arritmia associada a maior chance de AVC).
Esses dados não surpreendem o professor Sebastião Greghi, da Faculdade de Odontologia de Bauru (USP), que ressalta a influência direta da saúde bucal sobre o organismo como um todo. “A boca é um ambiente propício para infecções.
Quando a higienização é inadequada, bactérias podem migrar para outras partes do corpo, agravando processos inflamatórios sistêmicos”, explica. Segundo ele, essa ideia está alinhada com a medicina periodontal, área que estuda como doenças na boca podem afetar o corpo inteiro.
Saúde bucal e doenças cardiovasculares
O estudo identificou uma relação significativa entre o uso regular do fio dental e a redução do risco de AVC cardioembólico, que pode ser causado por placas formadas nas artérias. Inflamações na gengiva liberam substâncias que favorecem a formação dessas placas, capazes de obstruir vasos cerebrais.
A saúde bucal também está ligada à fibrilação atrial, arritmia que pode ser desencadeada por inflamações nos átrios cardíacos, resultado tanto da ação de bactérias quanto de processos inflamatórios sistêmicos. Além de proteger o coração, o fio dental ajuda a prevenir gengivite, periodontite e perda dentária. No entanto, seu uso no Brasil ainda é pouco frequente e muitas vezes incorreto, o que compromete sua eficácia.
Outras doenças ligadas à saúde da boca
Problemas bucais mal tratados podem agravar o controle da diabetes, aumentar o risco de endocardite bacteriana e gerar complicações na gravidez, como partos prematuros e bebês com baixo peso. A perda de dentes também compromete a mastigação e a nutrição, afetando diretamente a qualidade de vida.
A melhor forma de evitar essas complicações continua sendo a higiene diária adequada, com escovação e uso correto do fio dental desde a infância.
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