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Gen Z troca terapeutas por chatbots: revolução ou risco na saúde mental?

A geração Z encontrou um novo confidente: a inteligência artificial.

Uma pesquisa da Common Sense Media revelou que 72% dos adolescentes americanos utilizam chatbots como companhia, sendo que 12,5% deles, cerca de 5,2 milhões de jovens, buscam apoio emocional nessas ferramentas digitais.

O que começou com ELIZA nos anos 1960 evoluiu para um mercado bilionário que promete revolucionar o bem-estar mental.

O boom das terapias digitais

O lançamento do Replika e a explosão do ChatGPT em 2022 mudaram o jogo. Plataformas como TikTok e Instagram viralizaram os chatbots através de milhões de publicações, expondo adolescentes à ideia de interagir com IA para suporte emocional. Ferramentas como Therabot já demonstram resultados: redução significativa nos níveis de ansiedade e depressão entre usuários jovens.

O segredo do sucesso? Acessibilidade total. Chatbots estão disponíveis 24 horas, são gratuitos ou baratos, e oferecem um espaço sem julgamentos. Para uma geração que enfrenta listas de espera intermináveis para terapeutas humanos, a IA surge como alívio imediato.

O lado sombrio da revolução digital

Mas nem tudo são flores nesse jardim tecnológico. Chatbots podem fornecer conselhos perigosos, incluindo incentivos a automutilação e ideias suicidas. O cérebro adolescente em desenvolvimento torna essa faixa etária especialmente vulnerável a influências inseguras, criando um cenário de risco real.

Illinois já tomou uma posição radical: baniu profissionais de saúde mental de usar IA para decisões terapêuticas, com multas que podem chegar a $10.000. A APA também alerta sobre os perigos da privacidade e dos relacionamentos simulados para jovens.

O futuro híbrido do bem-estar

O mercado não para de crescer. Avaliado em $1,78 bilhão em 2024, deve alcançar $7,94 bilhões até 2034. Google e OpenAI investem pesado em parcerias com profissionais de saúde para tornar essas ferramentas mais seguras.

A solução pode estar nos modelos híbridos, como o da Wysa, que combina IA com terapeutas humanos. Afinal, chatbots devem complementar, não substituir, o cuidado humano. O desafio agora é regular sem sufocar a inovação que pode democratizar o acesso à saúde mental.

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