A WGSN, gigante em previsão de tendências, deu o recado no Latam Retail Show 2025: as regras do jogo do consumo mudaram. O consumidor de hoje, especialmente a Geração Z, está trocando a busca por um lifestyle idealizado por algo muito mais real: conforto emocional, valor duradouro e uma fuga da pressão constante pelo bem-estar perfeito.
Por que olhamos tanto para o passado?
Não é à toa que 57% da Geração Z sente nostalgia por épocas que nem sequer viveu. Em meio à instabilidade econômica e social, o passado se torna um refúgio. Impulsionada por conteúdos no TikTok e por fenômenos culturais como a série Stranger Things, essa busca por conforto se traduz em consumo. Durante crises, essa tendência evolui para o “vicecession spending”: pequenos prazeres e experiências afetivas que trazem alívio sem estourar o orçamento.
Gastar para economizar faz sentido?
Sim, e a palavra da vez é spaving – uma mistura de gastar (spend) com economizar (save). A ideia é fazer compras inteligentes, priorizando produtos com alta durabilidade e bom custo-benefício, o famoso “custo por uso”. Os consumidores estão mais conscientes, buscando recompensas que vão além do imediato. Para os pequenos e médios negócios, a sacada é focar na durabilidade, oferecer descontos estratégicos e criar rituais de compra que gerem uma conexão emocional, já que 80% do público prefere interações customizadas.
A era do “cansaço do bem-estar”
O mercado de wellness está saturado. A avalanche de rotinas perfeitas nas redes sociais e informações conflitantes sobre dietas e biohacking gerou o “wellness overwhelm” ou a sobrecarga do bem-estar. O resultado? Uma pressão esmagadora, que leva 76% da Geração Z ao burnout. A resposta do consumidor é clara: chega de perfeição. A demanda agora é por produtos flexíveis e realistas, que se integrem à vida sem adicionar mais estresse. A WGSN já aponta para a próxima grande onda: a “preguiça terapêutica” como um movimento de autocuidado que valoriza a simplicidade.
Para as marcas, o caminho é reposicionar suas ofertas. A oportunidade está em refinar estratégias omnichannel, combater a sobrecarga com soluções acessíveis e personalizadas, e entender que o novo luxo é o equilíbrio. No fim das contas, as empresas que vão prosperar são aquelas que trocam a performance pela conexão, oferecendo produtos que se encaixam na vida real, e não em um feed idealizado.
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