Uma nova onda no TikTok e no Instagram está colocando o protetor solar no banco dos réus.
Influenciadores promovem a ideia de que evitar o produto fortalece a imunidade e a saúde, mas dermatologistas e especialistas em saúde pública disparam o alerta: a prática eleva, e muito, o risco de câncer de pele e envelhecimento precoce.
O que está por trás do movimento #AntiSunscreen?
A desconfiança não surgiu do nada. Ela é alimentada por um ceticismo crescente em relação a conselhos de saúde convencionais e grandes farmacêuticas. Figuras como Paul Saladino, o “Carnivore MD”, viralizaram ao afirmar que não usam protetor por medo de ingredientes químicos como a oxibenzona.
Essa narrativa, embalada por uma estética naturalista e minimalista, encontra eco em comunidades que valorizam soluções caseiras e um lifestyle “livre de químicos”, sugerindo alternativas como óleo de coco, que não oferecem proteção UV comprovada.
Onde há polêmica, há um mercado bilionário
Enquanto a desinformação se espalha, a indústria de wellness capitaliza. O ceticismo com filtros químicos impulsionou o mercado global de protetores solares minerais, que atingiu US$ 4,2 bilhões em 2024 e tem projeção de chegar a US$ 8,86 bilhões até 2030.
Marcas tradicionais, como a Neutrogena, já lançaram suas próprias linhas minerais para atrair esse público jovem e consciente. Mais de 60 marcas do setor já colaboraram com influenciadores, mostrando que a tendência é também um negócio lucrativo.
Ciência vs. Trend: o preço do bronze sem proteção
No fim do dia, os especialistas são taxativos: os danos de não usar protetor solar superam qualquer suposto benefício. A ciência considera seguros os ingredientes aprovados, e a falta de proteção comprovadamente acelera o envelhecimento da pele e aumenta drasticamente as chances de desenvolvimento de câncer. O movimento anti-protetor solar se assemelha a outros ciclos de desinformação, onde a rejeição à ciência pode trazer consequências graves para a saúde pública.
A guerra contra o protetor solar expõe um conflito maior: a busca por um lifestyle autêntico versus a necessidade de confiar em dados científicos. Embora a tendência impulsione a inovação em produtos mais transparentes, ela acende um alerta sobre os perigos da desinformação no universo wellness. Equilibrar o desejo por naturalidade com a saúde preventiva é o verdadeiro desafio.
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