No universo do wellness, influenciadores digitais e gurus da saúde frequentemente promovem suplementos como a chave para uma vida mais longa e saudável.
Contudo, especialistas e estudos clínicos robustos apontam para uma realidade menos glamourosa: faltam evidências sólidas que comprovem que esses produtos, de fato, prolongam a vida humana. O buzz é grande, mas a ciência ainda pede cautela.
Seu Combo Diário de Juventude é Uma Ilusão?
A promessa de uma vida estendida por meio de um comprimido é sedutora, mas os dados mostram o contrário. Grandes ensaios clínicos, como o VITAL de 2018 nos EUA, que acompanhou milhares de idosos tomando vitamina D e ômega-3 por 5 anos, não revelaram benefícios significativos na prevenção de câncer ou doenças cardiovasculares.
Da mesma forma, o estudo DO-HEALTH de 2020 na Europa, com idosos em uso desses mesmos suplementos por 3 anos, não apresentou redução em fraturas ou declínio cognitivo. Especialistas são categóricos: as evidências para suplementos que aumentam a longevidade são fracas, e o risco de um mercado pouco regulado enganar consumidores é real.
Por Que a Pesquisa é Promissora, Mas Não Conclusiva?
Embora a conexão direta com a longevidade humana permaneça incerta, a ciência explora os mecanismos biológicos pelos quais alguns compostos atuam no envelhecimento celular. Vitaminas como D e B12, além de ômega-3, NAD+, espermidina e urolitina A, são investigados por sua capacidade de influenciar funções mitocondriais, autofagia, inflamação e manutenção dos telômeros.
Por exemplo, a vitamina D e o ômega-3 podem atrasar o encurtamento dos telômeros e exercer efeitos anti-inflamatórios. A vitamina B12, por sua vez, mantém a integridade do DNA e pode aumentar o comprimento dos telômeros, especialmente em mulheres. O NAD+ é crucial para a energia mitocondrial e para processos de reciclagem celular como a autofagia e mitofagia, ajudando a reduzir a inflamação.
Compostos mais experimentais, como a espermidina, que induz a autofagia e pode aumentar o comprimento dos telômeros, e a urolitina A (um pós-biótico que melhora a mitofagia), mostram resultados promissores em modelos animais ao aprimorar a função mitocondrial e reduzir a inflamação. Contudo, é fundamental não extrapolar esses resultados para humanos sem validação clínica robusta. Ação em vias biológicas não significa, automaticamente, uma vida mais longa para nós.
Onde Realmente Investir para Viver Mais e Melhor?
Diante do cenário, a recomendação para quem busca longevidade e bem-estar é clara: foque no básico que funciona. Uma dieta equilibrada e exercícios físicos regulares são comprovados cientificamente para promover saúde e longevidade.
Para aqueles com deficiências específicas de vitamina D, B12 ou ômega-3, a suplementação sob orientação médica é benéfica, mas não substitui os hábitos de vida saudáveis. É crucial avaliar com cautela as promessas comerciais, que muitas vezes carecem de respaldo científico robusto, e ficar atento aos riscos de toxicidade e variações na composição dos produtos.
Para o mercado de wellness, a oportunidade está em inovar com produtos personalizados e cientificamente comprovados, investindo em parcerias com especialistas. Mas para o consumidor, a mensagem é um alerta: a verdadeira fonte da juventude está em escolhas diárias inteligentes, não em uma pílula mágica. Afinal, a longevidade é uma construção, não um atalho.
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