Você já se perguntou como alguns exageros alimentares podem impactar o comportamento alimentar mesmo em pessoas saudáveis? Um estudo recente publicado na Nature Metabolic (2024) traz insights que podem transformar a forma como você enxerga a prática clínica.
O que foi feito?
Homens jovens, saudáveis e com IMC normal receberam uma dieta hipercalórica de 1500 kcal extras por 5 dias, composta principalmente por alimentos ultraprocessados, como chocolate, batata chips e doces. Após esse período, todos voltaram à alimentação habitual por 7 dias.
O que os pesquisadores encontraram?
Houve uma redução significativa da ação da insulina no núcleo caudado, região cerebral relacionada à recompensa, motivação e comportamento alimentar.
A alteração no processamento emocional aumentou a sensibilidade à punição e reduziu a resposta à recompensa, mesmo após o retorno à alimentação habitual.
A resistência insulínica cerebral permaneceu, mas o peso corporal e parâmetros laboratoriais não se alteraram. Ou seja, o impacto metabólico central acontece antes de qualquer sinal periférico.
Por que isso importa na prática clínica?
Mesmo em períodos curtos de alimentação hipercalórica, isso pode afetar o cérebro a processar sinais de prazer e ansiedade, facilitando episódios de descontrole, compulsão e baixa adesão à dieta — mesmo em indivíduos aparentemente saudáveis.
Se você atende pacientes que relatam exageros nos finais de semana ou dificuldade em retomar hábitos saudáveis, é hora de observar a resposta cerebral à insulina, e não apenas glicemia e IMC.
Dica: considerar estratégias que atuem não só no metabolismo periférico, mas também na regulação cerebral da motivação alimentar pode ser a chave para melhores resultados.
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