A finasterida, um dos medicamentos mais populares para combater a calvície masculina, está no centro de um debate sério sobre bem-estar. Estudos recentes e alertas de agências reguladoras, como a FDA dos EUA, conectam seu uso a um risco aumentado de depressão, ansiedade e até comportamento suicida, levantando uma bandeira vermelha no mercado de estética e saúde.
Como um remédio para cabelo mexe com a cabeça?
O mecanismo é direto: a finasterida bloqueia a conversão da testosterona em di-hidrotestosterona (DHT), o hormônio que enfraquece os folículos capilares e causa a queda de cabelo. O problema é que essa alteração hormonal não se limita ao couro cabeludo. Ao mexer com o DHT, o medicamento pode desregular neurotransmissores ligados ao humor, abrindo portas para efeitos colaterais graves. Além da conhecida diminuição da libido e disfunção erétil, o impacto na saúde mental se tornou a principal preocupação.
O alerta que demorou a chegar
Embora os benefícios estéticos sejam claros, os riscos psiquiátricos foram subestimados por anos. A FDA só adicionou o risco de depressão à bula em 2011 e, em 2022, incluiu o de suicidabilidade, após o registro de mais de 700 casos de pensamentos ou tentativas de suicídio associados ao uso do fármaco. O mais alarmante é que, para alguns usuários, os sintomas de depressão e ansiedade podem persistir mesmo após a interrupção do tratamento, deixando um impacto duradouro.
Beleza vs. bem-estar: uma escolha consciente
A decisão de usar finasterida se tornou um balanço delicado entre os ganhos estéticos e os potenciais riscos mentais. Para quem já possui histórico de transtornos de humor, o cuidado deve ser redobrado. A recomendação é clara: a conversa com o médico precisa ser transparente, avaliando todo o histórico de saúde mental antes de iniciar e durante o uso. O acompanhamento rigoroso de qualquer sintoma emocional é essencial para evitar consequências graves.
Essa controvérsia abre espaço para inovações no setor de medical wellness. A demanda por alternativas mais seguras, como formulações tópicas que minimizam a absorção sistêmica, e por ferramentas digitais para monitorar a saúde mental em tempo real, mostra que o futuro do bem-estar não é apenas sobre parecer bem, mas, acima de tudo, sobre estar bem de verdade.
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