Longe de ser apenas um rótulo para desatenção, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica complexa, e o trabalho do psiquiatra brasileiro Luis Augusto Rohde está na vanguarda dessa nova compreensão.
Com pesquisas premiadas, ele está redefinindo o diagnóstico, desvendando a base genética do transtorno e mostrando como seus impactos vão do cérebro ao asfalto.
Afinal, o que está por trás do TDAH?
A ciência é clara: o TDAH tem um forte componente genético, com herdabilidade estimada entre 60% e 90%. Genes ligados aos sistemas de dopamina e noradrenalina, como o DRD4 e o SLC6A3, estão diretamente associados aos sintomas.
Estudos de neuroimagem reforçam essa base biológica, revelando um atraso de até três anos na maturação do córtex pré-frontal, a área do cérebro responsável pelo controle e planejamento, e reduções de volume em regiões-chave. Na prática, não se trata de um problema comportamental, mas de uma arquitetura cerebral com funcionamento distinto.
O impacto real: dos estudos para o dia a dia
As consequências dessa neurobiologia são tangíveis e, por vezes, graves. Uma pesquisa com motociclistas em Porto Alegre, por exemplo, revelou que a prevalência de TDAH no grupo é três vezes maior que na população geral, o que se correlaciona diretamente com mais infrações e acidentes. Esse dado alarmante, ligado à impulsividade, levou a propostas legislativas para testes obrigatórios de atenção. Para além do trânsito, a equipe de Rohde desenvolveu uma ferramenta capaz de prever a persistência dos sintomas na vida adulta, permitindo intervenções mais estratégicas e personalizadas.
Do desafio à oportunidade: o futuro do diagnóstico e tratamento
Apesar dos avanços, os desafios persistem. A falta de medicamentos específicos no SUS e a necessidade de capacitar profissionais de saúde e educação para um diagnóstico precoce criam barreiras ao tratamento. No entanto, essas lacunas abrem um novo campo para o mercado de wellness. A demanda por inovação impulsiona investimentos em ferramentas digitais de diagnóstico, aplicativos de saúde e programas de bem-estar corporativo focados em saúde mental, transformando um problema de saúde pública em um motor para novas soluções de mercado.
O trabalho de Rohde e os avanços científicos deixam uma mensagem clara: entender o TDAH é crucial para desestigmatizar o transtorno, criar políticas públicas mais eficazes e, principalmente, melhorar a qualidade de vida. A integração entre ciência, saúde e tecnologia é o caminho para transformar o diagnóstico em potência.
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