Em um mundo onde o burnout e a ansiedade se tornaram parte da rotina, a solução pode estar no seu baú de brinquedos. Longe de ser apenas nostalgia, o ato de brincar está se consolidando como uma ferramenta poderosa para a saúde mental e movimentando um mercado bilionário que finalmente entendeu: adultos também precisam se desconectar.
A ciência por trás do play
Não é só uma sensação, é biologia. Segundo o psiquiatra Stuart Brown, autor do livro “Play”, a brincadeira é um impulso tão vital para o bem-estar quanto o sono e a nutrição. Ele associa a supressão do lazer lúdico a quadros de depressão e ansiedade, reforçando que essa atividade melhora nossa adaptabilidade, criatividade e saúde geral. É nesse cenário que surge o fenômeno “kidult”, onde adultos, principalmente Millennials e Gen Z, buscam conforto e escapismo em produtos que remetem à infância para lidar com as incertezas do mundo moderno.
Os números não mentem
O mercado está atento a esse movimento. Uma pesquisa global da Lego revelou um dado alarmante: 93% dos adultos lidam com estresse regularmente. A boa notícia? 86% deles já usam a brincadeira como um método eficaz para aliviar essa pressão. O resultado é um boom no setor de brinquedos colecionáveis, que movimentou US$ 12,5 bilhões em 2021 e tem projeção de atingir US$ 35,3 bilhões até 2032. Marcas como a própria Lego já criaram estratégias como a “Adults Welcome”, com eventos exclusivos para esse público.
Mais que um hobby, uma comunidade
O poder do “adult play” vai além do individual. Brincar em grupo fortalece laços sociais e desenvolve a inteligência emocional. Plataformas como TikTok e Instagram se tornaram hubs para essa tendência, onde hobbies como livros de colorir e patinação viralizam não apenas pela estética, mas pelos benefícios terapêuticos. A validação online transformou atividades solitárias em movimentos coletivos, provando que a busca por leveza é um sentimento compartilhado.
O recado é claro: reservar um tempo para atividades lúdicas, sem a pressão da performance ou da exposição, é um investimento direto em saúde mental. Para as empresas, a oportunidade está em criar produtos que unam mindfulness e diversão, atendendo a uma demanda crescente por bem-estar autêntico. No fim, talvez seja a hora de levar a brincadeira um pouco mais a sério.
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