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Das crises ao pódio: como o treinamento físico ajuda no controle da asma

Muita gente acredita que quem tem asma deve evitar esforço físico. Afinal, quem nunca ouviu falar em “crise de asma induzida pelo exercício”?

Esse medo faz muitos pacientes se afastarem do movimento. Mas a ciência mostra justamente o contrário: quando praticado de forma correta, o exercício pode ser um poderoso aliado no controle da asma.

A asma é uma inflamação crônica das vias aéreas, que pode causar chiado, falta de ar, tosse e aperto no peito. Durante o exercício, a respiração acelera, e em algumas pessoas o ar frio e seco pode desencadear crises. Por outro lado, treinar regularmente aumenta a força dos músculos respiratórios e reduz a inflamação de baixo grau no corpo. Ou seja: o mesmo estímulo que pode causar sintomas em excesso, em dose certa, ajuda a fortalecer a respiração.

Não são incomuns os casos de campeões de natação que começaram a nadar porque tinham asma ou outras doenças respiratórias. O que começou como tratamento virou vocação — e muitos transformaram uma limitação em superação. Se para alguns o exercício foi a porta de entrada para o esporte de alto rendimento, para a maioria ele pode ser simplesmente o caminho para uma vida com mais fôlego e menos limitações.

Não só a natação, mas também outras atividades, melhoram o controle da asma. Diversos estudos científicos comprovam que pacientes com asma que realizaram programas de treino aeróbico tiveram redução da falta de ar e melhoraram sua qualidade de vida.

Exercícios que combinam fortalecimento muscular e atividade aeróbica aumentam a resistência física e reduzem a percepção de esforço em atividades do dia a dia. O treinamento específico da musculatura respiratória (músculos intercostais e diafragma) também tem resultados excelentes. Assim como, Yoga e exercícios respiratórios auxiliam no controle da ansiedade e na percepção do ritmo respiratório.

A ergoespirometria é o exame de excelência para diagnóstico e acompanhamento de pacientes com asma desencadeada pelo esforço. O segredo do treinamento nesses casos é a progressão gradual, o aquecimento adequado e o uso correto das medicações quando indicadas.

Mesmo com estes benefícios, alguns sinais exigem atenção:

  • Falta de ar que não melhora com a pausa
  • Chiado intenso no peito
  • Tosse persistente durante e após o exercício
  • Dificuldade de completar frases ao falar

Se isso acontecer, o treino deve ser interrompido e o paciente deve procurar orientação médica.

O exercício não é inimigo da asma. Pelo contrário: pode ser um dos melhores aliados para ampliar a capacidade pulmonar, reduzir sintomas e dar mais qualidade de vida. O que faz diferença é treinar com ciência, orientação e respeito ao corpo. Afinal, o objetivo não é apenas suar — é respirar melhor, dentro e fora da academia e das piscinas.

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