Depois de duas décadas de receio, a FDA (a agência reguladora dos EUA) acaba de derrubar a advertência de “caixa preta” para a terapia de reposição hormonal (TRH) na menopausa.
A decisão, que estava em vigor desde 2003 por associar o tratamento a riscos de ataques cardíacos e câncer, sinaliza uma mudança de paradigma, tornando o acesso a tratamentos mais fácil e abrindo a porta para uma nova era no bem-estar feminino.
Afinal, o risco zerou?
Calma, não é bem assim. A atualização removeu os alertas sobre riscos de ataques cardíacos, derrames e câncer de mama dos rótulos, mas a TRH não é isenta de perigos e não serve para todas. O que novas evidências científicas mostram é que, para mulheres saudáveis que iniciam o tratamento até 10 anos após a menopausa (ou antes dos 60), os benefícios costumam superar os riscos. A abordagem agora é ultra-personalizada, levando em conta o perfil de cada paciente e a via de administração do hormônio.
Como a terapia realmente funciona?
De forma direta, a TRH devolve ao corpo o estrogênio que os ovários deixam de produzir, aliviando os sintomas mais incômodos da menopausa. Esse hormônio atua no hipotálamo, o “termostato” do nosso cérebro, estabilizando a temperatura corporal e diminuindo as ondas de calor. Além disso, reverte a atrofia vaginal, combatendo a secura e o desconforto. Para mulheres que ainda têm útero, a progesterona entra na jogada para proteger o endométrio.
O que muda na prática para as mulheres (e para o mercado)?
A decisão, apoiada por entidades como a Sociedade da Menopausa, significa menos burocracia e mais conversas abertas e sem medo nos consultórios. A mudança melhora a qualidade de vida ao facilitar o acesso a um tratamento eficaz. Para o mercado, é um sinal verde: a inovação em saúde feminina ganha força, abrindo um campo gigante para investimentos em novos tratamentos e parcerias com farmacêuticas para expandir as opções disponíveis.
A era do medo generalizado da terapia hormonal parece estar chegando ao fim, dando lugar a uma abordagem baseada em dados e individualidade. A mensagem é clara: a menopausa não é uma sentença. Com acompanhamento médico e informação de qualidade, a decisão sobre o tratamento volta a ser da mulher, que agora tem mais ferramentas para buscar bem-estar em todas as fases da vida.
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